quinta-feira, 18 de março de 2010

Coadunado

Uma ponta forjada
Um parecer hipnótico
Palavras, pregos, martelo
Palavras, martelo e prego
Aponte sobre minha cabeça
Com muita força ou com muito jeito
Descreva a sensação
Diga se vale à pena.
Cabo, tinteiro e machado.
Jeito ou força?
Força ou ponte?
Use a inteligência!

terça-feira, 16 de março de 2010

Impropriedade

Quero apagar as manchas da minha pele
Cada retrato seu que se esconde por detrás das minhas paredes
Quero que se resolva, que se compreenda
Quero que se abra, que se absorva, que vire lenda
Quero serrar essas grades
Desatar esses nós
Quero que vire a face, que saia correndo, que não tenha dó
Quero que desligue o telefone, que saia da cidade,
que fuja de tudo
Quero que esqueça da minha presença, da minha ausência e de que um dia fui seu porto seguro
Corra até seu destino, mesmo sozinho, esqueça as palavras que não falei
Quero que vire a cara, que não se apavore, que esqueça meu nome
Que esqueça que um dia te amei

Fado

A felicidade é como a brisa de um fim de tarde,
bate de repente, afaga o peito, deleita a alma,
corrói os pensamentos e como chega, vai embora
Causa estragos invisíveis
E inevitável seria não sorrir com os olhos marejados
Ainda que a dor corrompa sem piedade
Ainda que não haja caminho de volta.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Quando é preciso ser uma Ilha

Cansada de respirar esse mesmo ar que me sufoca,
conclui a cena que se predizia, aos poucos e amiúde.
Pude enfim respirar ar mais puro
No meu lugar
No meu pedaço de paraíso...
Quis ficar aqui, ficar em paz
Eu comigo mesma
Sentindo na pele a falta de ser sozinho...