domingo, 21 de junho de 2009

Sépala

Hoje nada se estabelece fixo em meu caminho,
as passadas rápidas e largas desbravaram tua grandeza.
Busque as coisas que estão inalcançáveis.
A graça está em se fazer rir.
Eu me detenho em ti,
em limites sinceros,
em magnitude de farsas.
Clamo o pedido da vida.
Visão pitoresca de realidade,
cabeça baixa,
boca surda.
Quero os meus pés de volta para mim,
para não correr mais com as mãos,
para virar desenho animado.
Para não ter sabão debaixo das unhas,
Degenero, abro os braços,
sonho com tudo de novo,
e as pernas se cansam de não serem sustentadas.

sábado, 20 de junho de 2009

Anátema

Que ingrata! A vida corre
Em um mesmo ritmo pulsado,
desencadeando sorrisos,
alargando as faces,
encorajando o medo,
desabotoando o coração,
permitindo-se...
Permita-se sorrir para um novo horizonte,
vestindo sua pele de festa,
suas orelhas de brilhantes...
Enfeite seus cabelos e tire para fora seu lixo reciclável...

domingo, 7 de junho de 2009

Pecado

Situações imprevisíveis se apoderaram de meu espírito,
caótico.
Não existem mais pensamentos de sã consciência.
As memórias se apagaram e voaram para longe.
Ponto. Naquele momento crucial.
Desligaram os aparelhos.
De repente, nessa solidão que inundou meus dias,
não encontro mais,
Não vejo mais nada.
Apenas o último momento.
Ressurgir o medo pelo fim.
A inquietação desigual.
Vejo as portas se fecharem depois de três dias.
Coloco-me entre os degraus daquela catedral,
aguardo pela ausência presente.
Acredito mais e menos.
Não resta mais consolo.
Choros e ranger de dentes.
Gritos e penúria.
Para mim, para minha alma,
pela minha carne.