terça-feira, 30 de setembro de 2008

Abraçar o Fundo

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A cólera de mais um fim

Estagnando a cabeça
Lavando
Impregnando a alma
Estou congelando nesse emaranhado
de nuvens de jardim
em um dia ensolarado,
em naus tão tristes e sombrias
que carregam meu significado.
Quero entender,
No entanto a tarde é clara
e a madrugada é longa em demasia
e a soberba desse passado jaz em
minhas têmporas,
É inaceitável a cobiça dessas manhãs
nubladas que enegrecem meus dias
de sol
E a cada instante mergulho nessas margens
tão profundas quanto a escuridão.
Enternecida perante as multidões
desistentes
Vejo a morte
O fundo
O poço
Congrego minhas fatídicas verdades
Debruço-me nesse deserto de poentes
A luz
A cor
Tudo austero
Tudo ausente

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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Segunda Confissão

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Quando a gente acorda
Pode ser tarde
Dormimos além do que deveríamos
e perdemos o que achavámos ser imprescindível
Já é tarde
Não há tempo
São poucas horas
Sofrimento
Vivo em um calabouso vazio
E as chamas que em mim habitavam,
se esconderam.
Assim como eu, agora, me escondo
É como se a vida desbotasse
e as escadas perdessem seus degraus
Sem utilidade
Sem precisão
Nenhuma precisão
Estou devastada em meio as paredes
que me cercam
Sinto a circunscrição da vida
E a certeza de que um dia terei tudo
e perderei
Porque todos perdem no final
Cedo ou tarde.
Estamos concentrados nesse caminho sem volta
Sem espaço
Foi temporário
Agora... é Temporal

.......................

29/09/08 - Primeira Confissão

---------Preciso de férias de mim------------

Eu já não consigo
Ás vezes o silêncio diz mais que minhas podres palavras
O que tenho por dentro é uma mistura
que ás vezes me cega
E eu sou cada dia pior
Não preciso de mais nada
Eu sei até que ponto eu errei,
e o que é preciso fazer para consertar o estrago
Muito sangue já foi derramado
E não há tanto o que dizer
quanto havia antes.
Os tempos mudarão
A evolução deveria fazer parte de tudo isso
mas regresso ao passado
concisamente subjulgado,
desumano
Estou fazendo tudo errado
Vai chegar um dia em que o sol
não vai nascer
E as horas não irão passar
Seca a boca
Não haverá mais chances
Nem glória
E a volta será o arrependimento
Injustificável pela falta de perdão.
Tenho tanto medo de perder que prefiro me afastar
Prefiro não ver meu mundo cair
Faço com que a queda seja breve
e o sofrimento menor para ambas as partes
Tudo dói

...

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

...Noite de Insônia[2]...

...

A vida me cega

e estou cansada de não ver.
Queria poder abrir os olhos

...




Tempo?

???

Acontece q o tempo passa
e quando a gente acorda
talvez já tenha se passado tempo de mais
A caracterização de tudo isso
se reincidiu na memória
fazendo com q seja ainda mais
incompreensível,
e isso torna a sua banalidade
ainda mais eloqüente.
Manejamos o controle temporal
q nem sequer sabemos existir.
Somos peças,
Diagnosticadas anteriormente,
Subjulgadas.
Nossos movimentos são precisos e
confusos aos nossos olhos,
Escolhemos ser oq queriam
e nossa maquinação é tão fútil
q nem mesmo nossos iguais
são capazes de nos desvendar.
Porém a igualdade não é a mesma
e a temporalidade infere
profundamente em nossas relações
e em nossos pensamentos.
Buscamos a magnanimidade
q diziam existir
e assim, olhamos para trás
e encontramos apenas
restos

???

terça-feira, 23 de setembro de 2008

...Noite de insônia...

... Queria escrever
e acabei por cair em palavras soltas
que não dizem nada
E pra que dizer?
Falar de mais é pouco conveniente para o
que nada diz
Pois então,
se faça como queira
Diga o que quiser
Eu ouço
Fala
Mas fala logo
Estou cansada
As palavras já se foram...


---Paradigma caótico
Que de ser principia
A dúvida
Coerente
Mim---

Doença da Alma

...

Retirar a vida
Com o sopro da morte
Perene e vivo
que transcorre por entre as linhas...
A escuridão devassa,
proposital, contínua
Nuvens negras transpassam o tempo
Feridas corrompidas
O Espírito que sangra
Afogo-me em meu veneno
A bebida deturpada
O fim das horas
Dor profunda
Retorno ao princípio
A caótica escuridão perpétua nas
fases vitais da morte
Uma era temida por marcas indeléveis
Manchas negras em minha alma ainda incólume
A eternidade delineada para um fim
Marcas eternas em meus paradigmas retrógrados
transcorrem minhas veias
Insaciável ferida imortal

...

Súplicas

...

O sono lamuriante distorce meu pensar
Digo lenta e calmamente as precipitações
das cegas decisões que não tomarei.
Não mais...
E o que fiz, terá de ser repetido
O sopro sombrio que
me afogou em temporais.
Debruçada sobre a morte
E o ressoar do silêncio invasivo
retorna aos meus ouvidos
A luz sombreante e trêmula
Sussurando aos pés da morbidez
a súplica infiel nunca ouvida
Enterrada solenemente
Através dos vidros enrujecidos
Negros passos encobertos
Que não mais ouço
Se afoga
e Adormece

...

Além (Entropia Intrínseca)

...

O mundo caminha a passos ignoréos
O não saber leva a vida à caminhos tortuosos
Anseio o fim
Alma minha se limita
O tempo me destrói
As faces negras assombram meu espírito
Ilusionados pelo mesmo mundo,
frívolo e vazio
Perdemo-nos à leviandade
Concisa à nossas crenças
Disperso em perguntas e dúvidas lacônicas,
inseridas na imensidão
Impenetrável muralha
Gélida ao sol
Coberta de trevas
Agonizo o acreditar
Ávido e inepto
Detrindo-me Enternecendo
Estruturas ruindo
Sucumbindo
Afronto o terminal
Distante o fim
Atinge-me á infinidade
Contígüa á alma
Persisto
Análoga ao pseudo caminho
Convicta da volubilidade humana
Iminente infortúneo á salvação
Súplica á alma morta
Entorpecida
Disposta à morbidez
Linhas distorcem representações sombrias
Lágrimas sangram em meu inconsciente
Lâminas perfuram o lânguido vazio
Minha mente enleia e apática vê imagens ofuscadas
Enquadram-se e se misturam
Os pólos como um
Contorção do mundo
Mente minha se contrai
Presencio o acabar
Assisto ao destruir
Além

...

Bêbada

...

Agonia terrena
Perturbante sem destino
Abrigo-me em tua sombra
A porta que se fecha
O véu da noite negra e doce
Seca sob a luz
Fria e ainda sóbria
Perco-me entre as linhas sombrias
Vago ao intrasitável
Simplória tolice extasiada
Manchada com meu sangue
A cadeia de minhas veias se esvai por completo
Desfalece parte de mim
E se sou, quem serei eu?
Dama da noite
Esquecida
Adormecendo em meio as chamas
Apagando lentamente
Pulsa ainda viva
Sinto o temor e ainda a complexidade vital que
inunda o contínuo sopro de vida que ronda meu corpo
Grito perpétuo
E a boca ainda seca
Inefável instabilidade
Bebo meu ilixir
Deturpo meu falar
Não falo
Esqueço

...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O Sol



...


Vivo o entorpecer dos dias
O negro pôr-do-sol da alma eterna
Que distorce minha vida
Meu tempo
Sigo...
Tentando encontrar um caminho
E as sombras me encontram
O duplo vício de viver assume
minhas faces,
Meus eclipses internos.
Apago a luz
Desligo a fonte,
Meus olhos e vidros de enfeite
Obscurecem a translucidez.
Inexisto logo penso
Abstrato escurecer
Maleável ao sentir
E a mente não mais sente
Permaneço morta
Servindo às armas do caos
Sem causas
O vidro reflete o sol
Mas o sol não reflete o vidro

...